Diversas
religiões, especialmente as orientais, acreditam na reencarnação do espírito. O
Cristianismo, nas suas vertentes católica e evangélica atuais, a negam. Para
reforçar essa negação, baseiam-se na própria Bíblia, inspirada por Deus,
segundo eles próprios.
Entretanto,
podemos encontrar, na mesma Bíblia, elementos que provam a reencarnação. Neste
caso, como a Bíblia é inspirada por Deus, negar a reencarnação é negar a
procedência divina da Bíblia.
Em Mateus,
capítulo 17, versículos 1-13, temos o momento em que Jesus vai até um monte em
companhia de três discípulos – Pedro, Tiago e João – e, neste monte, Moisés e
Elias aparecem a Ele, aparição esta que os discípulos também presenciam. Os
discípulos questionam Jesus sobre o que dizem os escribas, que é mister que
Elias viesse primeiro. Jesus, então, lhes respondeu: “Certamente Elias virá
primeiro, e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o
conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também
padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara a
respeito de João Batista” (Mateus, cap. 17, v. 11-13).
Questionado
pelos discípulos sobre uma provável volta do profeta Elias, Jesus assevera que
o profeta já havia voltado, mas que não fora reconhecido. Os discípulos, então,
entendem que Ele lhes falava de João Batista.
Em
primeiro lugar, a volta de Elias é prevista pelos escribas, segundo os próprios
discípulos – fato que não é negado por Jesus. Como, teoricamente, Elias não
morreu – ele foi levado aos céus em um redemoinho (Reis, cap. 2, v. 11), ele
poderia retornar com a mesma forma que tinha anteriormente, ou seja como Elias.
Entretanto, ao dizer que Elias voltara e que não fora reconhecido, os
discípulos entenderam que Jesus lhes falara a respeito de João Batista. Ou
seja: fica bem claro que Elias voltaria, sim, mas que não voltaria como Elias,
e sim que já havia voltado como João Batista. Elias voltou com um novo corpo e
com um novo nome. Como isso seria possível sem a ideia da reencarnação? Como Elias
voltaria em uma forma diferente, em um novo corpo, sem a ocorrência da
reencarnação?
Além
disso, a ideia da reencarnação condiz com a afirmação de Jesus de que Deus é
justo e bom. É justo, pois nos julga de acordo com os nossos erros; é bom, pois
nos dá uma nova chance para repará-los, e essa chance nos é dada por intermédio
da reencarnação. Ou será mais correta a visão católica e evangélica de um Deus
que nos manda para o Inferno quando “pecamos”, sem nos dar nenhuma chance de
repararmos os nossos erros?
Sem a
ideia da reencarnação, todos os ensinamentos de Jesus se tornam sem sentido,
uma vez que não teríamos tempo para progredirmos, assim como nos ensinou o
Mestre.
Nossa vida
é como um piscar de olhos para Deus. Porém, se cometemos um erro neste ínfimo
momento, somos condenados a sofrer no Inferno por toda a Eternidade. Isso é
justiça e bondade?
Quem tiver
ouvidos para ouvir...